terça-feira, junho 22, 2004

Hoje Nasceu!


Billy Wilder pouco antes de morrer

«Lembre-se de que é tão bom como o que de melhor tiver feito na vida»

Billy Wilder, produtor, argumentista e realizador norte-americano. Samuel Wilder nasceu a 22 de Junho de 1906 na cidade polaca de Sucha, que então fazia parte do Império Austro-Húngaro. Cresceu em Viena, onde logo se interessou pelo jazz e os westerns. A sua mãe morreu no campo de concentração de Auschwitz. Frequentou o curso de Direito mas abandonou-o para ser bailarino e mais tarde jornalista. Em 1927, a UFA contrata-o para corrigir guiões, embora nessa época já tivesse escrito alguns policiais, musicais e até comédias. Com a chegada dos nazis ao poder, compreendeu que a sua linhagem judaica lhe causaria problemas e muda-se para Paris, onde debuta na realização com "Mauvaise Graine", em 1934. Mas pouco depois é reclamado por Joe May, outro exilado, para que viaje para os EUA, apesar de conhecer apenas 100 palavras do idioma inglês. Trabalha como argumentista para outros refugiados: May, Rolf Thiele, William Dieterle. Associou-se mais tarde com Charles Brackett (1938) e escreveu os guiões de algumas comédias clássicas, "Ninotchka" (1939) e "Bola de Fogo / Ball of Fire" (1941). A sociedade foi um êxito e estendeu-se a produzir e dirigir películas. Em 1942, com Brackett como produtor, criaram vários clássicos como "A Incrível Susana / The Major and the Minor" (1942), "Cinco Covas do Egipto / Five Graves to Cairo" (1943), "Farrapo Humano / The Lost Weekend" (1945), que ganhou os Oscar de melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento, e "O Crepúsculo dos Deuses / Sunset Boulevard" (1950, Oscar para o Melhor Argumento). A partir de então as suas películas tornaram-se notavelmente mais cáusticas e cínicas, como "O Grande Carnaval / The Big Carnival" (1951), ainda que Wilder também tenha produzido comédias sublimes como "Quanto Mais Quente Melhor / Some Like It Hot" (1959) e "O Apartamento / The Apartment" (1960, Oscar de Melhor Filme e Melhor Realizador). As suas engenhosas frases, tanto no cinema como na vida real, são a constatação dum talento aplicado em todos os seus filmes carentes de superficialismos estéreis. Um humorismo que se manifesta deliberadamente e de forma natural com golpes visuais ajudando à construção narrativa, mostrando o seu virtuosismo e carácter alegre, ainda que as suas primeiras obras reflectissem precisamente o contrário. Retratou com transparência o lado obscuro da humanidade e a tragédia cómica do homem comum, policiais e dramas que denunciavam as falsas aparências e os sonhos desfeitos de Hollywood, como em "O Crepúsculo dos Deuses". Seu é também o mérito de ter juntado no grande ecrã Jack Lemmon com Walter Matthau. O seu último filme foi "Buddy Buddy" (1981). Ganhou cinco Oscar da Academia e foi agraciado com um prémio Irving G. Thalberg. Faleceu a 28 de Março de 2002, na sua residência de Beverly Hills, surpreendido por uma pneumonia.

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