"Suzie Gold"
Suzie era a perfeita e típica rapariga judia, até se apaixonar por um colega de trabalho. E tornar-se a ovelha negra da família. Os pais de Suzie não podem desconfiar que ela namora com um não-judeu. E ela acha muito interessante viver uma vida completamente diferente da que a sua família planeou. Acontece que convencê-los da sua nova decisão, não será nada fácil para Suzie Gold.
E se um dia chegasse a casa e dissesse à sua família que ia casar com um pessoa que não se ajustava aos padrões que lhe estavam reservados pela tradição familiar? Mas, e se não dissesse nada, deixasse correr, e eles viessem a descobrir tudo mais tarde? O que é que acha que aconteceria? Este é o tema de "Suzie Gold", já explorado na comédia de Nia Vardalos "Viram-se Gregos para Casar". Aqui não se trata de um casamento grego, mas de uma jovem judia que pretende casar com um colega de trabalho que não professa a doutrina de Abraão, Isaac e Jacob, nem está minimamente identificado com a tradição judaica.
A história mostra a sua luta para convencer a sua família de que ela pode ser feliz com um homem de uma cultura muito diferente. Muita gente pode achar o filme cheio de estereótipos étnicos, mas quem pertence a uma família judaica diz que tudo se passa exactamente assim. O filme arrancou-me inúmeras gargalhadas e até um ataque de riso com lágrimas. Nem sempre me acontece isso, que sou mais dado a chorar do que a rir em filmes. Quem viu "O Casamento de Muriel" e até o citado acima, verá que não há muitas diferenças, a história repete-se: quando Suzie se apaixona pelo seu Darren, o problema da tradição vem logo à baila. Ele não é judeu, e a família dela é.
Exageros à parte, "Suzie Gold" é uma comédia romântica de primeira, bem ao estilo britânico. A história de dois amantes com culturas e tradições diferentes - que muitas vezes sela o carácter de "amor impossível" - não é nenhuma novidade nos ecrãs de cinema. As piadas são padrões e o riso fluí com bastante facilidade, mas até faz bem rir assim. Tudo é tão estereotipado que se chega a pensar que toda essa gente não existe.
Diversos factores contribuíram para que este filme fosse um êxito no Reino Unido, país onde foi produzido. É que a história destina-se a quase todos os grupos étnicos, já que um paquistanês ou um muçulmano poderia facilmente passar pela situação que enfrenta a personagem central. As pessoas sem um forte precedente étnico também acabaram por se sentir atraídas pelo filme, em parte por gostarem de ver a vida de diferentes etnias retractadas no grande ecrã. O filme é engraçado, humano, divertido e expõe os valores duma família tradicional.
Vasco Martins (Porto)
Título Original: "Suzie Gold"
Realização de Richard Cantor (Reino Unido, 2004)
Produtora: Rebecca Green
Uma Produção de GreenWolf Films / Pathé / Suzie Gold (IOM) Ltd.
Intérpretes: Summer Phoenix, Leo Gregory, Stanley Townsend, Rebecca Front, Frances Barber, Iddo Goldberg e Miriam Karlin
Argumento: Richard Cantor
Fotografia: Daf Hobson
Música: Chris Elliott
Distribuição: Pathé
Distribuição em Portugal: Lusomundo Audiovisuais
Género: Comédia / Drama / Romance
Duração: 94 minutos
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