sexta-feira, julho 02, 2004

Marlon Brando faleceu ontem aos 80 anos




O homem conhecido como "o melhor actor de todos os tempos", Marlon Brando, faleceu perto da meia-noite de ontem, quinta-feira, num hospital de Los Angeles, aos 80 anos de idade, confirmou hoje o seu advogado David J. Seeley à Associated Press.
Brando residia em Los Angeles, numa mansão situada porta com porta com a de Jack Nicholson; levava um estilo de vida eremita e não costumava aparecer em público. Por agora ainda se desconhecem todos os detalhes sobre a sua morte, mesmo a causa do seu falecimento, sabemos apenas que o actor tinha problemas de saúde relacionados com o seu excessivo peso.
Na sua prolongada carreira como actor, alguns dos seus trabalhos mais conhecidos foram "O Padrinho / The Godfather" (1972) ou "Há Lodo no Cais / On the Waterfront" (1954), pelos quais conseguiu o Oscar de Melhor Actor, um prémio que nunca foi muito do seu agrado.
Marlon Brando Jr. nasceu a 3 de Abril de 1924, em Omaha, estado de Nebraska (EUA). Rebelde desde jovem, não encontrava o seu caminho profissional (passou por diversas profissões, tendo até trabalhado como condutor de escavadoras) até que decidiu mudar-se para Nova Iorque no início dos anos 40, para estudar no Actor's Studio sob as directrizes de Stella Adler e Lee Strasberg. Não é demais dizer que se converteria num dos seus máximos expoentes, conseguindo importantes triunfos no mundo do teatro com as suas actuações na Broadway.
A partir dos anos cinquenta consolidou uma carreira que o situou entre os actores mais importantes de todos os tempos. Brando deu o salto para o cinema interpretando o papel de Stanley Kowalsky em "Um Eléctrico Chamado Desejo / A Streetcar Named Desire" (1951), realizado por Elia Kazan, a partir da obra de Tenessee Williams, e desde então apareceu em filmes como "Desesperado / The Men" (1950), "Viva Zapata!" (1952), "The Wild One" (1953), "Júlio César / Julius Caesar" (1953), "Eles e Elas / Guys and Dolls" (1955), "Sayonara" (1957), "Revolta na "Bounty" / Mutiny on the Bounty" (1962), "A Condessa de Hong-Kong / A Countess from Hong Kong" (1967), "Reflections in a Golden Eye" (1967), "O Último Tango em Paris / Ultimo tango a Parigi" (1972), "Duelo no Missouri / The Missouri Breaks" (1976), "Super-Homem, o Filme / Superman: The Movie" (1978), "Apocalypse Now" (1979), "O Caloiro da Máfia / The Freshman" (1990), "Christopher Columbus: The Discovery" (1992), "Don Juan DeMarco" (1995), até "Sem Saída / The Score" (2001), ao lado de Edward Norton e Robert de Niro, que se tornou o seu último trabalho no grande ecrã.
O mestre do "método" e modelo de todos os que se dedicam a esta profissão atravessava os piores momentos da sua carreira. Segundo uma biografia publicada na última semana do mês passado, "Brando in the Twilight", de John Harlow, o actor devia ao banco mais de 20 milhões de dólares. Segunda a mesma biografia, Brando estava a viver da sua pensão como actor e havia sido obrigado a trocar a sua mansão por um apartamento single por ser o único que podia pagar. Parece que a sua ruína económica sobreveio após pagar a defesa legal do seu filho Christian, que em 1991 foi condenado a cinco anos de cadeia por assassinar o namorada da sua meia-irmã e que acabou por se suicidar em Janeiro de 1996. Além disso, Marlon Brando tinha que pagar a pensão dos três filhos que teve com a sua assistente Cristina Ruíz.
(lois martinique)

Sem comentários: