segunda-feira, maio 31, 2004

Curiosos Anos do Cinema (2)


por Vasco Martins

COMO UM PREFÁCIO

A noção de história teve a sua génese na civilização grega, como descrição de um acontecimento, e foi durante a Ilustração - nome por que ficou conhecido um movimento intelectual do século XVIII - quando este género, convertido em género narrativo e com uma dimensão diacrónica, se extrapolou, a partir de Winckelmann, ao âmbito das chamadas Belas Artes. Com a sua "História da Arte na Antiguidade" (1746), Johann Joachim Winckelmann (1717-1768) fundou a arqueologia artística, ao superar as histórias biográficas de Giorgio Vasari (1511-1574) com uma história da evolução das formas, quer dizer, com uma verdadeira história estética. Não surpreende que este género literário se ampliasse a partir de um certo momento para narrar os acontecimentos relativos à técnica, à indústria e à arte cinematográfica.
Parece que a primeira história do cinema, que embora primitivo era já digno desse nome, se publicou em Paris em 1925. Trata-se do livro "Histoire du cinématographie de ses origines à nos jours" (Christophe Gauthier-Villars), escrita por G. M. Coissac, cujo título proclama sem equívoco a sua vontade e a sua identidade. O livro de Coissac, hoje quase esquecido, tem sobretudo um interesse como testemunho pessoal de alguém que cresceu em sincronia com a evolução de um novo meio de expressão.
Em 1925 existia já uma consciência da historicidade do fenómeno cinematográfico. Isso também não surpreende. Se já para Canudo, autor do "Manifesto das Sete Artes" (1911), e para Delluc o cinema era uma arte, nada de mais natural que a evolução desta arte pudesse ser objecto de um relato, do mesmo modo que outros livros haviam narrado a história da pintura ou da arquitectura. Esta possibilidade converteu-se quase em necessidade quando se tomou consciência da efemeridade da exibição cinematográfica, do rápido desaparecimento dos filmes em circulação comercial, efemeridade muito em voga durante a guerra de 1914-18 e que activou projectos tendentes a fazer um inventário da produção desaparecida ou invisível. A chegada do sonoro empurrou brutalmente o cinema mudo para o terreno do desuso, do passado, quer dizer, da história. Não se trata pois duma casualidade que em 1930, nos umbrais do sonoro, aparecessem dois textos clássicos em Londres e em Paris: "The Film Till Now", de Paul Rotha (1907-1984), e "Panorama du cinéma", de Georges Charensol (1899-1995).
Mencionei o propósito da necessidade de estabelecer um inventário selectivo dos filmes do passado. Esboçado por Louis Delluc (1890-1924) com as suas críticas, este inventário foi formalizado em 1935 por Jean-Georges Auriol (1907-1950), o qual no número 357 da revista Pour Vous (de 17 de Setembro) estabeleceu uma lista de títulos clássicos da história do cinema. A chegada do sonoro havia permitido o nascimento da categoria de clássico na evolução do cinema, apesar da sua juventude. Dois anos antes, Antonin Artaud (1895-1948) havia lamentado a «precoce velhice do cinema».
Se esta foi a génese da noção de história no campo do cinema, a teoria conheceu uma evolução distinta. Há que recordar que o cinema nasceu com teorias implícitas nas consciências dos seus pioneiros, em relação com a ontologia dos seus produtos. Nos catálogos primitivos dos Lumière e de Méliès encontram-se já fórmulas dos seus modelos respectivos, o modelo de «la nature prise sur le vif» de Lumière e o modelo dos «films composés de scènes préparés artificiellement» para Méliès (referido no seu catálogo de 1902).
Em que consiste a teoria do cinema? A teoria do cinema desenvolveu-se como uma reflexão metacrítica sobre os modelos de representação canónicos, adoptados pela indústria e aceites pelo público. A teoria revestiu a forma de uma normativa inconfessada, derivada da apreciação crítica das práticas dos cineastas, e edificada a partir de uma terminologia alheia ao cinema: adaptação, cenário, iluminação e interpretação eram termos provenientes do teatro; o relato vinha da literatura; os valores plásticos procediam da pintura; o ritmo da música e da dança; a montagem do vocabulário dos engenheiros.
A história é um género narrativo e os códigos da narração, na Grécia, surgiram da produção de histórias de ficção, pelo que as histórias com vocação documental dificilmente escaparam à sua contaminação. E não escaparam porque na sua construção diacrónica aparecem metamorfoses de sujeitos e porque o historiador tem de preencher as suas lacunas, fazer ilações e formular interpretações, operações que conduzem à reprodução da sua subjectividade.
Existem, efectivamente, diferentes ideologias para os diversos historiadores. Nos anos cinquenta, Henri Langlois (1914-1977), apoiado na sua imensa erudição cinematográfica, gostava de propor que o cinema avança em ciclos que alternam o clássico e o barroco, talvez sob a influência de Eugenio D'Ors (1881-1954). Langlois assim o entendia e com isso demonstrava que em todo o relato histórico existe um coeficiente inextirpável de subjectividade. Na operação de interpretação de um acontecimento misturam-se a realidade e o 'mythos', o relato e a fábula. Um óptimo exemplo disto encontra-se na precoce história do cinema americano de Terry Ramsaye (1885-1954), "A Million and One Nights" (New York: Simon & Schuster, 1926), escrita em honra do seu protagonista, Thomas Alva Edison. "A Million and One Nights" pode ler-se como uma novela, porque no fundo é uma novela.
Tudo isto para dizer que a História do Cinema pode ser uma ciência, mas temperada sempre pela subjectividade de cada um dos seus relatores e pelos códigos de ficção que herdamos do passado e que planeiam sobre qualquer construção de um relato.
(continua)
Ficção e realidade a caminho do Oscar

"O Dia Depois de Amanhã"


O efeito de estufa chegou a um ponto tão crítico que uma série de desastres naturais começa a varrer a Terra, desde imensos furacões e ondas gigantes a terramotos e derretimento das calotes polares. Um meteorologista começa a procurar meios para conter a devastação total.



Roland Emmerich converteu a demolição de símbolos numa longa e frutífera carreira cinematográfica: desde a destruição da Casa Branca às mãos de pérfidos alienígenas em "O Dia da Independência / Independence Day" até à imagem de vários corredores da bolsa de Wall Street desmembrados por um gigantesco dinossáurio em "Godzilla", os seus filmes sempre encontram um homem comum enfrentado circunstâncias que o superam amplamente, às quais consegue sobreviver apenas através da solidariedade daqueles que partilham as suas previsões, resgatando sempre os valores intrínsecos da sociedade norte-americana, que, não importa o cataclismo, são sempre capazes de nos indicar o caminho correcto.
Agora, o realizador alemão radicado nos Estados Unidos decidiu destruir Nova Iorque e todo o hemisfério norte em "O Dia Depois de Amanhã". O filme tem como protagonista Dennis Quaid, que interpreta um paleoclimatologista que tenta chegar a Nova Iorque para resgatar o seu único filho (Jake Gyllenhaal), preso na Biblioteca Pública dessa cidade, enquanto se desenvolve a catástrofe climática que anunciou às autoridades que iria ocorrer, ante um vice-presidente ficcional dos Estados Unidos (mas idêntico ao real, Dick Cheney), que o repreende pelo seu alarmismo, que considera infundado. Assim, furacões, tornados, inundações, terramotos e tempestades de neve encarregam-se de deixar limpa a face dos Estados Unidos (e, por ilação, boa parte do planeta), enquanto começa uma nova era glacial, só três dias depois dos Estados Unidos e as principais capitais da Europa (incluindo Portugal) terem sido arrasadas.
Até aqui, nada mais que uma película inscrita no género catástrofe não pudesse oferecer. E, com um orçamento de 125 milhões de dólares, só se podia esperar que Emmerich e a sua equipa conseguissem por essas situações em cena da forma mais espectacular possível. Para tal, contou com o apoio, uma vez mais, da fabulosa Industrial Light & Magic (ILM), de George Lucas.
O cinema catástrofe tentou ressurgir na última década. O seu exemplo mais bem sucedido (ainda que exceda largamente o género) foi, sem dúvida, "Titanic". Restou a Emmerich e a esporádicos filmes - sempre aos pares - baseados em previsões agoirentas: meteoritos em rota de colisão com a Terra ("Armageddon" e "Impacto Profundo / Deep Impact") e vulcões em erupção ("Volcano" e "O Cume de Dante / Dante's Peak"), assim como os recentes "Detonação / The Core", "Reino de Fogo / Reign of Fire" e "28 Dias depois / 28 Days Later" (estes dois últimos, ambientados em Inglaterra).



Nova Iorque é o lugar preferido de qualquer catástrofe no cinema desde "A Guerra dos Mundos / The War of the Worlds" na versão de Orson Welles (podemos recordar, ainda, a famosa cena da Estátua da Liberdade em "O Homem Que Veio do Futuro / Planet of the Apes"). A sua condição de capital do mundo fá-la funcionar facilmente como metáfora da civilização humana. Parte da graça era saber que se estava diante duma ficção improvável, o que permitia desfrutar a hecatombe sem maior culpa. Depois dos atentados do 11 de Setembro, a percepção mudou radicalmente. Hollywood extremou os cuidados (não por acaso desapareceram as Torres Gémeas de "O Homem-Aranha / Spiderman"). "O Dia Depois de Amanhã" marca a primeira vez, desde esse atentado, em que Hollywood se permite a ficção de destruir a cidade. O que as águas do Atlântico invadem primeiro é, precisamente, o espaço vazio onde se erigiam as torres.
Poderia pensar-se que Emmerich, ao centrar-se em Nova Iorque, se arrisca, mas também é certo que é bastante mais tranquilizador deixar à natureza o papel de vilão, sabendo que é, simplesmente, causa e efeito. E depois, sempre haverá sobreviventes -especialmente nos filmes de Emmerich - que possam aprender com os erros e reconstruir o que se perdeu. Num sentido, as películas catástrofe norte-americanas são o último reduto da utopia: reflecte os seus temores mais atávicos, o seu diagnóstico acerca de como a sua sociedade errou, qual seria um castigo apropriado e como começar de novo.



No entanto, "O Dia Depois de Amanhã" provocou um escândalo nos Estados Unidos. Muita mais polémica do que seria de imaginar para uma obra dum realizador tão funcional ao 'status quo'. Na verdade, o responsável não é o filme, segundo o realizador, mas todos nós. A película só mostra a linha ponteada que se estende desde o que estamos a fazer com o planeta hoje até esse "dia depois de amanhã", quando a Mãe Natureza nos devolver a gentileza. Emmerich só acelerou os tempos para melhorar o efeito dramático e, ao fazê-lo, pôs o dedo num problema, o aquecimento global, que sectores da opinião pública do seu país prefeririam não tocar. Os Estados Unidos não ratificaram o protocolo de Quioto, o tratado das Nações Unidas que pretende que, para 2012, esse país reduza as suas emissões de dióxido de carbono em 30 por cento. E, precisamente na estreia mundial do filme, o Congresso norte-americano debateu uma lei que tenta reduzir essa contaminação. Os ambientalistas aproveitaram a deixa para fazer pressão: o site da Greenpeace (www.thedayaftertomorrow.org), quase idêntico à página oficial da película, assinala como principal responsável da catástrofe o presidente Bush. As indústrias desse país, por seu lado, tomam o filme como uma mostra da natureza distorcida da reclamação. E não são as únicas: Stephen J. Milloy, do site foxnews.com (companhia irmã da produtora do filme), publicou uma coluna na que dizia: «O propósito da película é assustar-nos para que aceitemos a agenda política dos verdes: o domínio da sociedade através do controlo dos recursos energéticos».
A polémica, em época de eleições, serve para fazer avançar agendas políticas. Talvez por isso, os jornais norte-americanos emitiram uma comunicação interna da NASA que anunciava aos seus cientistas que não deveriam comentar à imprensa a validade das premissas do filme (mais tarde informou-se que o poderiam fazer). Al Gore, por seu lado, comentou: «Há duas questões ficcionais: uma é a película de Emmerich; a outra, as teorias deste governo acerca do aquecimento global». O realizador - que se declarou contrário a Bush - confessou ao The New York Times o seu agrado de ter filmado «uma película de puro entretenimento que é, realmente, um pouquinho subversiva». Enquanto os meios fazem o impossível por lembrar que "O Dia Depois de Amanhã" é apenas uma película, há gente que crê que Hollywood influi mais na percepção que o público tem do mundo do que prefeririam reconhecer. E talvez tenham razão.
Vasco Martins (Porto)

Título Original: "The Day After Tomorrow"
Realização de Roland Emmerich (EUA, 2004)
Produtores: Roland Emmerich e Mark Gordon
Uma Produção de Tomorrow Films / Centropolis Entertainment / Mark Gordon Productions
Intérpretes: Dennis Quaid, Jake Gyllenhaal, Emmy Rossum, Dash Mihok, Jay O. Sanders, Sela Ward, Austin Nichols, Arjay Smith, Tamlyn Tomita, Kenneth Welsh e Ian Holm
Argumento: Roland Emmerich e Jeffrey Nachmanoff
Fotografia: Anna Foerster e Ueli Steiger
Música: Harald Kloser
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Distribuição em Portugal: Castello Lopes Multimédia
Género: Acção / Ficção Científica / Thriller
Duração: 124 minutos

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Estreia mundial no dia 5 de Novembro de 2005

Quarta aventura de Potter
arrancou há duas semanas


Ainda que pareça difícil de crer que antes da estreia do terceiro filme da saga Potter, já se tenha começado a filmar o quarto e até se tenha fixado uma data de estreia, David Heyman, o produtor executivo que trabalhou na adaptação do livro de Rowling desde que era só uma ideia, assegura que "Harry Potter e o Cálice de Fogo" chegará aos ecrãs de todo o mundo em Novembro de 2005. O filme será dirigido por Mike Newell ("Quatro Casamentos e um Funeral"), o primeiro realizador britânico a ter a seu cargo a responsabilidade deste britânico universo.
Para não ofuscar os brilhos do terceiro episódio que agora chegou aos ecrãs, os produtores não quiseram adiantar mais detalhes da produção que já vai em duas semanas de laboração, mas uma coisa é certa: o filme não será dividido em duas partes (à moda de "Kill Bill") como se havia especulado. «Será um só filme para o qual teremos que tirar algumas situações do livro e talvez acrescentar outras, mas não vamos cortá-lo em dois», disse Heyman para dissipar algumas dúvidas.
Até agora sabe-se que ao elenco fixo se juntará Brendan Gleeson ("Tróia") como o excêntrico Mad-Eye Moody e que existe uma forte possibilidade de que John Malkovich represente o malvado Lord Voldemort.
Para proteger a indústria local, atrasam estreias estrangeiras

China abre guerra a Hollywood


Foi prejudicada a chegada aos cinemas de "Shrek 2", "Harry Potter" e "Homem-Aranha 2", entre outros filmes; Aplicam-se quotas à importação de películas norte-americanas

A China decidiu atrasar a estreia de películas procedentes de Hollywood para proteger a sua decaída indústria nacional. Além disso, pela primeira vez, aplicará quotas para reduzir a importação de películas norte-americanas. «Não se trata duma proibição, mas de coordenar a distribuição dos filmes», assinalou um porta-voz do China Film Group (juntamente com a Huaxia Corporation, as únicas com alvará de distribuição de películas estrangeiras no país). Assim, filmes de sucesso em todo o mundo, como "Homem-Aranha 2 / Spiderman 2", "Harry Potter" ou o segundo episódio da película de animação "Shrek", verão ser atrasada a sua data de estreia em sete semanas. Estes atrasos coincidirão com o início da temporada de Verão. «Quando os jovens chineses começam as férias, pelo que temos feito todos os preparativos para que os filmes produzidas na China sejam estreados em Junho e Julho», acrescentou o porta-voz. Esta medida, que apanhou de surpresa as autoridades norte-americanas, continua a linha marcada pelas autoridades culturais francesas, política que se conhece habitualmente como "excepção cultural".

Não há discriminação, garantem autoridades

A imparável irrupção das produções de Hollywood que acompanhou a entrada de Pequim na Organização Mundial do Comércio (OMC), colocou a indústria cinematográfica chinesa numa situação financeira insustentável. É que, apesar das reconhecidas originalidade e qualidade artística das produções chinesas, os espectadores mais jovens inclinam-se agora pelas "divertidas" fitas hollywoodianas. Paradoxalmente, o cinema chinês foi uma das maiores atracções da última edição do Festival de Cannes, com a presença dos cineastas Zhang Yimou e Wong Kar-wai, enquanto a actriz Maggie Cheung foi distinguida com o Prémio de Melhor Intérprete.
A China importou no ano passado vinte películas, das quais dezoito eram norte-americanas, uma sul-coreana e outra produzida e protagonizada por Jackie Chan, estrela das artes marciais proveniente de Hong Kong. A Administração Estatal de Rádio, Cinema e Televisão pretende reduzir esta quantidade para catorze. Mas frisa que estas medidas não têm carácter discriminatório, já que apenas pretendem incrementar a variedade do cinema do exterior com a aquisição de mais películas europeias e asiáticas.
Por outro lado, as autoridades chinesas já advertiram as produtoras e distribuidoras norte-americanas que poderá haver outra demora do género durante as celebrações do quinquagésimo quinto aniversário da Fundação da República Popular Chinesa, ocorrida no 1º de Outubro de 1949. Além de fazer a Festa Nacional, o Partido Comunista propõe-se comemorar este ano o centenário do nascimento de Deng Xiao-ping, considerado o artífice da reforma e abertura da China.
A presente medida provocará uma significativa redução na vendas de bilhetes, mas os especialistas advertem que esta medida poderá minorar também os investimentos estrangeiros no pujante cinema chinês. Um dos factores que está a por em xeque o cinema local - mas que também afecta as películas estrangeiras -, são as cópias ilegais em DVD, cujo preço nas ruas é, aproximadamente, de um dólar. Uma cópia ilegal pode sair para o mercado negro antes mesmo que um filme local chegue às salas de cinema, e apenas uma semana depois que uma película de Hollywood seja estreada nos Estados Unidos.
Como arranque desta nova política cinematográfica, o Festival de Cinema de Shanghai, que começa no próximo sábado, não terá este ano, pela primeira vez na sua história, nenhuma produção de Hollywood. A secção oficial será dominada pelo cinema asiático e europeu. Contudo, embora o ciclo de cinema francês celebrado no passado mês de Abril se tenha revelado um grande êxito de público, as produções norte-americanas atraem a maioria dos espectadores, como é o caso de "O Regresso do Rei", que facturou nos seus três primeiros dias de exibição 3,4 milhões de dólares. O mesmo organismo estatal tornou pública recentemente uma série de políticas dirigidas a reduzir as cenas de sexo e violência nos filmes, séries de televisão e desenhos animados, com o objectivo manifesto de "reforçar a moral dos jovens".

Altos & Baixos


Defesa pede redução da fiança
Os advogados de Michael Jackson pediram ao juiz que preside o caso, no tribunal de Santa Maria, na Califórnia, que reduza a fiança de três milhões de dólares imposta ao cantor, acusado de pedofilia.
"Women's World Award"
Whitney Houston e Dionne Warwick receberão na cidade alemã de Hamburgo um prémio à sua carreira artística no marco dos "Women's World Awards", que serão entregues no próximo dia 9 de Junho.
"The Da Vinci Code" no grande ecrã
Um dos livros mais lidos e que mais comentários e controvérsias causou nos últimos tempos foi "The Da Vinci Code", do escritor Dan Brown. Agora, a Miramax Films anuncia que adquiriu os direitos da obra para o cinema e George Clooney será um dos actores convidados.

Curiosos Anos do Cinema (1)


por Vasco Martins

Cem anos passaram desde o nascimento do Cinematógrafo. Um século sem igual desde a criação do Universo, um capítulo na história das civilizações. Depois da literatura, da música, da arquitectura, da pintura, da escultura e da dança, a Sétima Arte afirmava-se igualmente uma arte tradicional e imprescindível para a vida do ser humano, a par da ciência, da técnica, da política e da religião. Deve-se ao teórico italiano Ricciotto Canudo (1877-1923) a colocação desta nova arte naquela posição numérica (ver capítulo "Vanguarda do Cinema Francês").
Cem anos de avanços técnicos, seguido de imediato pelas conquistas no âmbito do seu vocabulário expressivo, da sua gramática, da sua sintaxe e da sua retórica. Surgida da mecânica, da fotoquímica e da electricidade, esta nova arte apareceu para revolucionar o sentido da vida do homem moderno, e para constituir um espectáculo de massas excepcional e uma indústria de comunicação, de investigação, de informação e de diversão sem comparação possível, até ao momento.
Cem anos de progresso organizativo, de penetração nas consciências de milhões de espectadores interessados. Nascido da revolução industrial do século XIX, o Cinema sempre foi e é a arte do século XX, prosseguindo o seu caminho, de sucesso em sucesso, a passos largos, ao longo deste recentemente iniciado século XXI.
Movidos por uma inabalável fé pelo Cinema, pela esperança no futuro imediato e pelo amor despertado há muitos anos, iniciamos aqui uma caminhada pelas diversas etapas da vida de uma arte jovem que conseguiu distinguir-se das outras seis, antigas de milénios, desde a criação do Cinematógrafo até aos nossos dias. Será uma revisão emocionada, mas precisa, a Cem Anos de Cinema, a uma incomparável epopeia pelo que uma arte novíssima passa do nada ao todo, da barraca de feira à omnipresença em cada casa desta aldeia global em que se converteu o mundo dos nossos dias.
(continua)

domingo, maio 30, 2004

Citações Célebres


«O Cinema é para nós a mais importante de todas as artes...
Se quereis mudar a maneira de pensar do mundo, deveis fazê-lo pelo teatro e pelo Cinema
».
(Lenine)

Altos & Baixos


Luta por uma obra de Van Gogh
Elizabeth Taylor tenta conseguir através duma disputa judicial que a declarem proprietária legal duma obra de Van Gogh. Segundo a imprensa norte-americana, a actriz pretende proteger-se das reivindicações dos herdeiros duma anterior proprietária judia, que reclamam a pintura. A obra foi pintada por Vincent Van Gogh em 1889.
Perseguida desde 1998
Halle Berry solicitou a renovação duma providência cautelar para manter afastado de si um assediador que a persegue desde 1998. Há mais de 5 anos, o ex-soldado e pregador Greg Broussard jurou que se casaria com a actriz. Agora voltou a insistir que «Deus disse-lhe para se casar com Halle» e a ameaçar «eliminar quem se interponha».
Mira Sorvino vai casar
A vencedora de um Oscar Mira Sorvino, de 36 anos, planeia casar-se no próximo Verão com o seu namorado, o empregado de hotel e aspirante a actor Chris Backus, de 22, informou a revista US Weekly. O casal está comprometido desde Setembro passado e tencionam celebrar a boda no sul da Califórnia. O vestido da noiva vai ser uma criação de Giorgio Armani.
Recusa 75 milhões pelos seus princípios
Jim Caviezel recusou uma oferta de 75 milhões de dólares para protagonizar uma série de anúncios televisivos, porque prefere manter-se fiel às suas estritas crenças católicas. O actor, que interpretou Jesus no drama de Mel Gibson, "A Paixão de Cristo", declarou que «essa soma assegurava-me o futuro, mas nunca me perdoaria por isso».
Não se resolvem
A intenção de fazer um filme baseado na série de enorme sucesso "Sexo e a Cidade / Sex & the City", deu em nada devido a uma disputa entre uma das protagonistas, Kim Cattrall, e os produtores da HBO. A actriz criou um conflito nas negociações pelas exigências indeclináveis de dar a sua aprovação ao guião, o qual foi negado também pelas suas companheiras protagonistas, Sarah Jessica Parker, Cynthia Nixon e Kristin Davis. Além disso, Cattrall pretendia o mesmo salário que Parker, estrela principal da série.
Ashton e Paris nos MTV
Vin Diesel, Paris Hilton, Ice Cube e The Rock partilharão o palco como apresentadores da próxima entrega dos MTV Movie Awards. Outros apresentadores são Ashton Kutcher e Matthew Perry.
Agências

sábado, maio 29, 2004

Próximas Estreias


1 de Junho

EL CID, A LENDA (EL CID, LA LEYENDA)
Realização de José Pozo
Produção de Julio Fernández / Castelao Producciones S.A.
Com as vozes de Carlos Freixo, António Marques, Paulo B, André Maia, Carlos Macedo, Luísa Salgueiro
Género: Comédia
País: Espanha
Ano: 2003
Duração: 90 minutos
Distribuição em Portugal: Lusomundo Audiovisuais
IMDb
Filme

3 de Junho

PRIMAVERA, VERÃO, OUTONO, INVERNO… E PRIMAVERA (BOM YEOREUM GAEUL GYEOUL GEURIGO BOM)
Realização de Kim Ki-Duk
Produção de Karl Baumgartner e Seung-jae Lee / LJ Films
Com Oh Yeong-su, Young-min Kim, Jae-Kyung Seo, Jong Ho Kim
Género: Drama
País: Coreia do Sul / Alemanha
Ano: 2003
Duração: 103 minutos
Distribuição em Portugal: LNK Filmes
IMDb
Filme

PUNISHER - O VINGADOR (THE PUNISHER)
Realização de Jonathan Hensleigh
Produção de Avi Arad e Gale Anne Hurd / Columbia Pictures
Com Thomas Jane, John Travolta, Rebecca Romijn-Stamos, Laura Elena Harring, Samantha Mathis
Género: Acção / Thriller
País: EUA / Alemanha
Ano: 2004
Duração: 124 minutos
Distribuição em Portugal: Columbia-Tristar-Warner Filmes de Portugal
IMDb
Filme

TIRAR VIDAS (TAKING LIVES)
Realização de D. J. Caruso
Produção de Mark Canton e Bernie Goldmann / Warner Bros.
Com Angelina Jolie, Ethan Hawke, Kiefer Sutherland, Olivier Martinez, Gena Rowlands
Género: Acção / Thriller / Drama
País: EUA / Canadá
Ano: 2004
Duração: 104 minutos
Distribuição em Portugal: Columbia-Tristar-Warner Filmes de Portugal
IMDb
Filme

Fãs do Porto anseiam
por Harry Potter


Embora não seja português, pode-se dizer que Harry Potter 'nasceu' em Portugal, mais precisamente na cidade do Porto, onde a escritora Joanna K. Rowling terá começado a imaginar as aventuras deste jovem feiticeiro. E em Portugal há centenas de leitores que aguardam ansiosamente a estreia do terceiro filme das aventuras de Harry Potter. Mas ainda vão ter de esperar mais dois meses, pois "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban" só chega às salas lusitanas a 29 de Julho.
A estreia nos EUA terá lugar no próximo dia 6 de Junho. A expectativa é tão grande que se espera que este terceiro episódio volte a bater recordes de bilheteira, tal como aconteceu com os dois filmes anteriores.
O tempo não passa despercebido para os jovens (e graúdos) protagonistas das histórias de J. K. Rowling. Harry Potter, tal como os seus companheiros, continua a crescer e a afastar-se cada vez mais da imagem de menino com que chegou ao cinema. Esta circunstância coloca uma interrogação sobre a continuidade do actor protagonista, Daniel Radcliffe, nos seguintes episódios, ainda que segundo indicam fontes oficiais da Warner, tudo leva a crer que ele irá crescendo no papel e no ecrã, pelo menos, na próxima película.
"Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban" introduz-nos num mundo de fantasia e de magos, mas desta vez com um estilo mais próximo do mistério e do terror. A trama torna-se mais tenebrosa e os personagens adquirem um aspecto mais fantasmagórico, embora o argumento continue a ser tradicional e a história arranque com a chegada dos alunos à prestigiada academia de magia e feitiçaria de Hogwarts.

Boas Vindas


Bem-vindos à Invicta Cine, o novo espaço de divulgação de cinema criado para vos dar a conhecer tudo o que se passa no universo da Sétima Arte e se relaciona com o cinema em geral. Somos um grupo de cinéfilos, com variadíssimos gostos e muitos conhecimentos, a maior parte arqueólogos e investigadores do mundo do cinema e das técnicas audiovisuais. Alguns de nós trabalham em Portugal, Porto e Lisboa, e outros em diversos países. Reunidos na Invicta Cine vamos falar de tudo o que nos der na gana e de que mais gostarmos. Esperem e verão!